Meu maior inimigo desde que me tornei um ser pensante tem sido ser pensante. De todos os tigres, cobras e desastres naturais dos quais nos separamos enquanto espécie, nos restou o mais perigoso de todos os predadores, a nossa própria mente. Perfeitamente adequada para manter-nos de pés e mãos atadas à gorar por um constante conforto da pausa no ser, perfeitamente adequada para se manter em um vácuo de decisões que não decide mudar o que vem e muito menos compreender o que se foi.
A nossa mente animal busca sempre o decrescimento das conquistas do ego, simplificar e reduzir as responsabilidades que alarmam incessantemente os gatilhos da sobrevivência selvagem. Viver e trabalhar em conjunto nos faz agir priorizando a aprovação do outro à aprovação e contentamento interno, manter-nos aceitos dentro da aldeia é uma garantia de vida maior do que qualquer melhora pessoal. O cinto segura a calça que segura o cinto e assim em diante construímos uma falsa sensação de estabilidade em cima de uma fraca fundação de si.
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