O que me conforta, dia após dia, são as horas de agonia,
Sem forma e sem cor, de tempos em tempos, todos os dias.
Em teus trilhos andamos - és lei regente nos principados.
Aos teus gatilhos levamos esta vida de seres agoniados.
Somos filhos, recordamos, de outrem também amaldiçoado.
Se alimenta ferozmente da inércia, sentimento familiar.
És reles dor e trauma; a ansiar move-me a ampliar,
Vícios, falhas e fraquezas com seu constante afagar.
Guiados por ti seguimos, com certeza de rumo e destino.
Confortamo-nos na paz de finalmente ter tino.
Temo quedar-me um dia sem ti. Aos meus instrumentos.
Tenho que estar vivo por ti, como norma do pensamento.
És ordem. Prescrita pela insatisfação do pensar,
Me impedes, bendita, de afogar-me em meu mar.
Tu tornas o caminho claro - torções sem opções.
Sem escolher ou decidir, sou ser, sem convicções.
Te sustento em dia e faz-te minha guia,
És doce e íntima, ó querida agonia.
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