Quão boa deve ser a vida do homem que vive no metrô!
Queria entrar no metrô com destino ao infinito e viver em constante trânsito.
Encontrar pelo meu caminho apenas rostos frios, fechados, impenetráveis e também em trânsito.
Existir ao outro apenas como um rosto frio, fechado, impenetrável e em constante trânsito.
Incapaz de preencher vazios.
Eventualmente a costumeira e impessoal pergunta da pessoa perdida e nada mais.
Nunca vi o condutor do metrô.
A voz alheia e robótica que soa pelo vagão é sempre a mesma,
Inundada no zumbido de pessoas em trânsito,
Anuncia sempre e inevitavelmente o fim de meu descanso.
Não vivo no metrô.
Cheguei à minha estação.
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