quarta-feira, 19 de fevereiro de 2025

 Quão boa deve ser a vida do homem que vive no metrô!


Queria entrar no metrô com destino ao infinito e viver em constante trânsito.

Encontrar pelo meu caminho apenas rostos frios, fechados, impenetráveis e também em trânsito.

Existir ao outro apenas como um rosto frio, fechado, impenetrável e em constante trânsito.

Incapaz de preencher vazios.

Eventualmente a costumeira e impessoal pergunta da pessoa perdida e nada mais.


Nunca vi o condutor do metrô.


A voz alheia e robótica que soa pelo vagão é sempre a mesma,

Inundada no zumbido de pessoas em trânsito,

Anuncia sempre e inevitavelmente o fim de meu descanso.

Não vivo no metrô.

Cheguei à minha estação.




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